Ano marcou a renovação das seleções do Brasil e retorno de Giba ao país

O ano de 2009 marcou o início de um novo ciclo olímpico. Com ele, as vitórias continuaram a acontecer, mas novas caras figuraram nas seleções do Brasil. Na equipe do técnico Bernardinho apareceu o oposto Leandro Vissotto. E como apareceu... no alto dos seus 2,12m, o jogador superou as expectativas e ajudou o time brasileiro a triunfar em todos os campeonatos disputados: Liga Mundial, Sul-Americano e Copa dos Campeões. O levantador Bruninho, com muita personalidade, se firmou como titular. No elenco do treinador José Roberto Guimarães, a ponteira Natália mostrou seu valor e a levantadora Dani Lins assumiu a função de capitã, após aposentadoria da experiente Fofão. Ela esteve presente nos seis títulos da equipe: Torneio de Montreux, Copa Pan-Americana, Classificatório para o Mundial 2010, Grand Prix, Final Four e Sul-Americano.
A temporada também será lembrada pelo retorno de grandes estrelas ao vôlei nacional. Os campeões olímpicos Giba, Gustavo e Rodrigão foram repatriados pelo recém-criado Pinheiros. Murilo e Sidão assinaram com o Sesi, novo time formado pelo técnico Giovane Gávio. Vindo da Rússia, Dante jogou alguns meses no Brasil Vôlei. Porém, uma oferta milionária o levou de volta para o exterior. Entre as mulheres, a ponteira Jaqueline saiu da Itália para defender o Osasco. Na contra mão, Paula Pequeno, que há 10 anos vestia a camisa do time, fechou contrato com os russos.
O personagem

Serginho: das sombras ao brilho em 2009
O líbero Serginho é um dos homens de confiança do técnico Bernardinho na seleção brasileira. Remanescente da geração passada da equipe, ele tem um currículo brilhante, no qual constam a medalha de ouro nas Olimpíadas de Atenas-2004, o bicampeonato mundial e a prata nos Jogos de Pequim-2008. Acostumado a ficar à sombra de atacantes e levantadores, ele brilhou no ano de 2009.
Após defesas brilhantes, que ajudaram o Brasil a vencer a Sérvia por 3 sets a 2 na final da Liga Mundial e conquistar o octacampeonato, o líbero foi eleito o MVP - jogador mais valioso da competição. Tal premiação individual foi inédita para a posição. Além deste feito, ele encerrou a temporada de seleção com o status de melhor na função.
O dia chave

Retorno dos galácticos
Em 22 de junho, todas as atenções estavam voltadas para São Paulo. Naquele dia, especificamente no clube Pinheiros, se iniciava uma série de retornos galácticos ao vôlei nacional, que faria da edição 2009/2010 da Superliga uma das mais disputadas e emocionantes dos últimos tempos. Com direito a transmissão ao vivo dos canais de TV, os campeões olímpicos Giba, Gustavo e Rodrigão foram apresentados como reforços do novato time paulista.
Giba voltou a jogar no Brasil após oito anos na Europa. Sua última casa foi o Iskra, da Rússia. Gustavo e Rodrigão jogavam na Itália, no Treviso e Macerata, respectivamente.
Lembra disso?

Dias de pânico no vôlei
Com as mulheres em alta após o ouro olímpico em Pequim-2008, no dia 20 de abril, o mundo do vôlei levou um susto com a notícia do término da equipe de Osasco. Muito tradicional, além de recordista em finais consecutivas da Superliga Feminina, o time chegou ao fim sem dar maiores explicações. Por quatro dias, quatro campeãs olímpicas(Carol Albuquerque, Thaisa, Sassá e Paula Pequeno) ficaram desempregadas e o pânico tomou conta da modalidade.
No dia 24, no entanto, um grupo de empresários anunciou o investimento na equipe adulta e conseguiu resgatar algumas jogadoras. A maior perda foi Paula Pequeno, que -após 11 anos defendendo o time –, assinou com o Zarechie Odintsovo, da Rússia.
Os números
32
jogadores repatriados para a Superliga 2009/2010
17
equipes no torneio masculino da Superliga
13
equipes no torneio feminino da Superliga
O mico
Fórmula... de latão
No Mundial de Clubes, realizado em novembro, no Qatar, a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) decidiu testar uma nova regra, chamada de ‘Golden Formula’, para dar mais volume de jogo. No sistema adotado pela entidade, o primeiro ataque de cada time devia ser feito de trás da linha dos três metros.
Com isso, a função dos centrais ficou limitada e a do levantador, menos importante. Os jogadores, principalmente os brasileiros, criticaram muito o método, o que obrigou a FIVB a abortar a ideia da aprovação.
A revelação

Oposto com 2,12m e ataques potentes
O oposto Leandro Vissoto já tinha seu nome em destaque no exterior. No Brasil, era pouco conhecido. Mas a situação mudou em 2009, quando foi convocado para atuar como titular na seleção de Bernardinho. Na vaga de André Nascimento, que pediu dispensa da equipe, o gigante de 2,12m mostrou que veio para ficar. Com muita personalidade em quadra, foi umas das peças fundamentais nas três conquistas do país na temporada: Liga Mundial, Sul-Americano e Copa dos Campeões. Na maioria das partidas, Vissotto saiu como maior pontuador. Nas estatísticas, figurou no topo da lista no fundamento ataque.
Jogador do Trentino, da Itália, vencedor do último ‘scudetto’, o oposto foi campeão europeu, conquistou o título do Mundial de Clubes e começou o Campeonato Italiano com o pé direito, ao erguer a taça do primeiro turno.
A decepção
Desentendimento
Em abril, uma amizade de anos do vôlei foi desfeita. Ainda pelo Joinville, equipe que foi extinta no fim da temporada 2008/2009 da Superliga, o técnico Giovane Gávio pediu a dispensa do levantador Marcelinho, que teve seu contrato rescindido pela diretoria. O treinador, que em 2008 deu o aval para a contratação do jogador, disse que, pela visão técnica, não tinha mais condições de Marcelinho permanecer na equipe e não o queria mais no seu time.
Em jogo válido pelas quartas de final, Giovane barrou Marcelinho e a equipe foi eliminada. A situação gerou estranheza, já que o levantador havia sido medalhista olímpico recentemente e cultivava uma relação amigável com o técnico. Na ocasião, Giovane afirmou que Marcelinho não fazia parte do grupo de 12 melhores do elenco e, por isso, não iria jogar. Em resposta, o levantador veio à público e disse que não sabia o motivo de ter sido vetado do time. Ele garantiu que não era um atleta irresponsável, desagregador, polêmico ou inconsequente, lembrando que ouviu o treinador falando sobre comportamento inadequado
O depoimento
Giba, sobre a Superliga
“É um dos melhores campeonatos do mundo. Sem dúvida, dá para dizer que está no nível do encontrado na Europa e uma prova disso foi o desempenho da seleção brasileira na atual temporada, quando o time ganhou tudo com uma base que se formou na Superliga.”
Aposta 2010

Altura e boa visão de jogo
Com apenas 21 anos, a levantadora Ana Tiemi se surpreendeu ao ser convocada para a seleção de José Roberto Guimarães. Durante a temporada, tentou aprender bastante com o técnico, que lhe rasgou elogios. Reserva de Dani Lins, Ana fez boas entradas no Grand Prix e foi fundamental na Copa dos Campeões.
Para 2010, Ana Tiemi pode novamente surpreender. Mas, dessa vez, aos torcedores. Sua altura lhe permite um bom bloqueio e sua visão de jogo, uma ótima distribuição. Com o Mundial à vista, a jovem levantadora pode ser um diferencial para o renovado elenco de Zé Roberto, que busca o título inédito da competição.
Fonte:http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Volei/0,,MUL1419327-15080,00.html