segunda-feira, 26 de abril de 2010

Levantador da seleção sofre fratura, e volta de Ricardinho fica mais próxima

Contusão no quarto metacarpo do dedo anelar direito afasta Marlon por, no mínimo, seis semanas. Participação na Liga Mundial está comprometida


Um acidente na 18ª e última rodada da Superliga Masculina pode alterar os rumos da seleção brasileira de vôlei. Neste sábado, durante a partida entre Brasil Vôlei Clube e Náutico, o levantador Marlon fraturou o quarto metacarpo do dedo anelar direito e vai ficar, no mínimo, seis semanas com gesso na mão. Com isso, a participação do experiente jogador na Liga Mundial fica comprometida, o que pode facilitar o retorno de Ricardinho.

- Fiz um raio-x e a fratura está confirmada. Vou ficar de gesso por, no mínimo, seis semanas para calcificar o osso. Ainda vou fazer uma avaliação mais completa com um especialista para ver se é um caso cirúrgico. Mas, independentemente disso, o tempo de recuperação é o mesmo. Não jogo mais a Superliga e fica difícil falar de seleção -explicou Marlon, em entrevista por telefone.

Na pré-lista de 22 jogadores feita por Bernardinho foram relacionados quatro levantadores. Sem poder contar com Marlon, que nos últimos dois anos esteve presente em todas as convocações, ou alterar os nomes entregues à Federação Internacional de Vôlei (FIVB), o treinador tem à disposição o atual titular Bruninho, o campeão olímpico Ricardinho e Sandro, do Cruzeiro, que aparece como novato entre os demais. No dia 30 de abril, o técnico vai divulgar a relação dos 19 convocados para a Liga Mundial - geralmente, Bernardinho leva três levantadores para a competição.

Bruninho assumiu a função desde a saída de Marcelinho, que anunciou o fim do seu ciclo na seleção brasileira após a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008. Ricardinho, ex-capitão da equipe, liderou a campanha do ouro olímpico em Atenas e a conquista dos Mundiais de 2002 e 2006. Entretanto, antes dos Jogos Pan-Americanos Rio-2007, o levantador do Treviso, da Itália, foi cortado e não mais falou com jogadores e comissão técnica. No mês passado, quando recebeu a visita do preparador físico Zé Inácio, ele demonstrou interesse em retomar contato e foi listado por Bernardinho.

Reaproximação de Ricardinho

Antes da fratura de Marlon, a possível volta de Ricardinho à seleção brasileira era um dos assuntos mais comentados no cenário do vôlei. Desde o corte às vésperas dos Jogos Pan-Americanos de 2007, o ex-capitão não quis mais saber da equipe e, em muitas ocasiões, trocou ásperas declarações com Bernardinho. Em 2008, quase um ano após o afastamento do levantador, o técnico afirmou, em entrevista à revista "Época", que as portas da seleção estavam fechadas para Ricardinho.

- Fico pensando: onde eu errei para ele ter se perdido um pouco da nossa forma de trabalhar? Tenho minha parcela de responsabilidade nisso. Eu não tranquei as portas para Ricardinho, mas ele jamais tentou se reaproximar. No momento, elas estão fechadas. Ele joga com brasileiros, tem contato com colegas de seleção. Nem assim houve um sinal. As coisas voltaram ao normal? Não - afirmou, confirmando a declaração posteriormente no programa “Bem, Amigos!”, do SporTV.

Na resposta, o ex-capitão foi além. Dois meses depois do que disse o comandante, o atleta não mediu palavras em entrevista à revista “Um”:

- Bernardinho é uma pessoa que morreu para mim. Passei por muita tristeza, sofri para caramba. Se ele me ligar, querendo resolver o caso, simplesmente vou responder “não quero, muito obrigado”. Não conseguiria aceitar depois de tanto tempo - afirmou o jogador.

Na inesperada reaproximação, Ricardinho e Bernardinho priorizaram a educação e amizade. O levantador disse que, antes de qualquer retorno à seleção, o que deseja é refazer os laços com as pessoas com quem viveu grandes momentos, como a conquista do título olímpico nos Jogos de Atenas, em 2004.

- Gostaria de pelo menos cumprimentar os caras se encontrar num shopping ou dentro de um restaurante - disse ele, em entrevista ao Esporte Espetacular.

Bernardinho lembrou que, com o contato retomado, ele e Ricardinho não precisariam mais se cruzar e virar a cara um para o outro. Ao colocar o nome do ex-capitão na pré-lista para a Liga Mundial, o técnico sinalizou que as portas da seleção voltaram a se abrir. Mas um retorno depende de um entendimento geral.

- Conversarei com os outros “senadores” da equipe - afirmou Ricardinho, ao jornal italiano “La Gazzetta dello Sport”, referindo-se aos outros jogadores da seleção brasileira.

Fonte:http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Volei/0,,MUL1556095-15080,00.html

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