sexta-feira, 1 de julho de 2011

Gustavo critica estrutura do vôlei nacional e pede melhores ginásios

Para atleta do Florianópolis, campeonatos do Brasil deveriam espelhar-se nos torneios de Itália, que, segundo o jogador, primam pela organização

Gustavo pede mais investimentos em ginásios e quadras de vôlei no país.

Bicampeão mundial, campeão olímpico e hexacampeão da Liga Mundial pela seleção brasileira, o meio de rede Gustavo acredita que o vôlei brasileiro tem de tudo para ter uma década semelhante à anterior, quando consolidou-se como o maior vencedor da modalidade. De fora da Liga Mundial 2011 por conta de uma fratura em um dedo do pé esquerdo, ele - que esteve na redação do SporTV para participar ao vivo do programa Tá na Área desta quinta-feira - acredita no título do Brasil, que tem o seu irmão Murilo como um dos maiores destaques. Apesar do otimismo com a geração, o jogador do Florianópolis ressalta que o país ainda está muito atrasado em termos de estrutura, o que, segundo ele, é um fator determinante para o enfraquecimento dos campeonatos nacionais.

- Ainda estamos longe da estrutura de alguns países. Precisamos de melhores ginásios para termos campeonatos mais atrativos. Alguns ginásios mal tem cadeiras e os vestiários dos jogadores são muito ruins. Hoje, você nem consegue se concentrar no vestiário antes dos jogos - comentou Gustavo, que pede ainda a criação da Copa do Brasil, competição que reuniria os três primeiros colocados da Superliga e um time convidado. - Seria uma forma de alavancar as disputas nacionais - opinou.

Para Gustavo, a Itália serve de referência de organização e estrutura de voleibol. Ex-jogador do Treviso, ele diz que o campeonato italiano tem muitos atrativos para o torcedor comparecer ao ginásio.

Gustavo esteve no SporTV nesta quinta-feira com sua esposa Raquel Endres

- Na Itália, o torcedor compra ingresso e tem o seu lugar marcado. Cheguei até a ver ginásios com o nome de cada torcedor nas cadeiras numeradas, o que faz com que a pessoa vá assistir ao jogo sem nenhum tipo de preocupação. Isso sem contar no fato de a maior parte dos ingressos serem vendidos no início da temporada, por meio de carnês. Enfim, é algo para se pensar - reforçou ele que, no entanto, não considera a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) como única culpada - A reestruturação do vôlei brasileiro não depende só da CBV. Só agindo em várias frentes poderemos ter uma evolução dos campeonatos nacionais.

Irmão do ponteiro da seleção Murilo, Gustavo costuma conversar com o jogador sobre suas atuações na seleção. Depois da derrota do último sábado para os EUA, ele comentou com o irmão que a seleção brasileira devia usar mais o bloqueio.

- Na partida contra os EUA, o levantor deles estava muito bem no jogo, o que aumentava a nossa necessidade de usar melhor o bloqueio. Durante essa Liga Mundial, temos conversado muito pelo Twitter. Há uns anos atrás, eu dava alguns conselhos a ele. Hoje nós trocamos informações.

Confiante na conquista do 10º título da Liga Mundial, Gustavo aponta EUA e Rússia como os maiores rivais do Brasil na briga pela competição, embora reforce que Itália e Polônia correm por fora.

- São grandes adversários, mas confio muito no decacampeonato. O Bernardinho tem usado praticamente todos os jogadores, o que tem dado uma variação de jogadas muito grande à equipe - disse ele, que esteve presente em seis conquistas brasileiras na Liga Mundial.

Aos 35 anos de idade, ele acredita que a nova geração do voleibol brasileiro tem de tudo para manter o Brasil no topo da modalidade, durante esta década, assim como foi entre 2001 e 2010, quando o país tornou-se o maior vencedor da modalidade.

- Temos material humano de sobra. Os técnicos só têm de trabalhar o espírito de grupo para evitar o surgimento de vaidades, que possam atrapalhar o desempenho da seleção em quadra. Tomado esse cuidado, teremos um década tão vitoriosa como esta última - finalizou ele.

Fonte:SPORTV

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