Diante da muralha búlgara, o jeito, mais uma vez, foi mudar os planos. Depois de uma vitória suada na estreia, o técnico Bernardinho pediu para Giba antecipar a volta ao trabalho. O capitão jogou pela primeira vez na Liga Mundial 2010 e, ao lado dos inspirados Rodrigão - que também, a princípio, seria poupado nas partidas de Uberlândia - e Murilo, ajudou o Brasil a vencer a segunda partida na caminhada rumo ao eneacampeonato. Um confronto ainda mais difícil, vencido apenas no quinto set: 24/26, 25/19, 25/15, 22/25 e 15/9. No próximo fim de semana, o time verde-amarelo voltará à quadra, em Brasília, para dois duelos contra a Holanda.

A vitória no quinto set dá dois - e não três pontos - à seleção, que agora tem cinco e está temporariamente na liderança do Grupo A.
- Sabíamos que seria uma partida mais difícil. Eles continuaram errando saque, mas tiveram uma consistência maior. Mesmo com a perda de um ponto, valeu pelo jogo. Encarar uma partida de cinco sets contra a Bulgária é bom para ganharmos ritmo.

Melhor em quadra na sexta-feira, Murilo de novo se destacou. Com ele no saque, o Brasil abriu 3 a 0. Giba, por sua vez, foi parado em seu primeiro ataque pelo bloqueio, maior perigo do time búlgaro. Kaziyski, mais eficiente do Mundial de Clubes do ano passado, levou sua equipe ao empate. E, o capitão brasileiro, com uma bola na rede, cedeu o ponto que deixou os rivais em vantagem pela primeira vez.
Acertar o braço era uma questão de tempo para Giba. Em uma pancada dele, a seleção voltou a abrir três pontos (12 a 9). Os búlgaros, porém, seguiram no pé. O árbitro, que na véspera tinha sido criticado duramente por Bernardinho, deu ponto para o Brasil em uma bola fora de Sidão depois que a Bulgária tinha 22 a 21. A seleção salvou um set point ao explorar um bloqueio. Vladimir Nikolov, contudo, conseguiu outro, e Zhekov fechou com um ace.
Leandro Vissotto, de 2,11m, não conseguia passar pelo bloqueio, e os búlgaros rapidamente abriram 5 a 2 no segundo set. Bernardinho chamou o time e, pela primeira vez, perdeu o controle.
- Não deixa - gritou.
Era hora de Murilo. Ele foi para o saque com 9 a 7 de desvantagem e só saiu depois do 12º ponto brasileiro. De um lado, uma invasão de Zhekov e um erro de Kaziyski. Do outro, um bloqueio de Lucão e Vissoto e um ataque de Giba. Era a virada.
Lucão se machuca, e Rodrigão rouba a cena
Quando o Brasil tinha 16 a 14, Lucão pisou em Bruninho ao voltar de um bloqueio e torceu o tornozelo direito. Deixou a quadra e não mais voltou. Rodrigão entrou no jogo pela primeira vez e foi dele o 19º ponto, em sua primeira bola - um rápido ataque. O árbitro mais uma vez deu uma marcação errada, a favor da seleção de Bernardinho, que chegou a abrir 21 a 16. Um saque para fora levou o time ao set point, e um erro de recepção deu o empate na partida.
A Bulgária voltou errando menos, e nem os saques em cima de Kaziyski evitavam os adversários de se manterem na frente no início da terceira parcial. O Brasil só empatou no décimo ponto, com um ataque de Murilo. O gigante Vissotto, que não estava bem nos ataques, compensou com fortes saques e marcou quatro pontos seguidos. A torcida gritava o nome de Giba, e ele retribuiu. Acertou um ataque, foi para o saque, e a diferença aumentou para sete pontos (18 a 11). Rodrigão, no bloqueio, conseguia parar Vladimir Nikolov, e a seleção engatou de vez. Murilo fez um ace, a vantagem foi para dez pontos - 24 a 10 -, Kaziyski, ao errar um saque, deu o set ao Brasil.
O time voltou embalado, Vissotto acertou o braço, e a diferença se manteve na casa dos três pontos na quarta parcial. Os búlgaros conseguiram virar no 12º após um erro brasileiro e, quando Rodrigão mandou uma bola de ataque para fora, Bernardinho parou o jogo. Nikolay Nikolov, com uma pancada, abriu 17 a 13 e sentiu dores na perna depois da comemoração. Um bloqueio sobre Murilo levou a Bulgária a 22 a 17.
- Temos que voltar para o jogo – dizia Bernardinho.
Murilo foi parado novamente pela muralha búlgara. Sokolov levou o time ao set point (24 a 18). Giba salvou um; Zhekov desperdiçou outro. Murilo fez o 21º ponto. Vissotto e Sidão fecharam no bloqueio. O Brasil respirava, a torcida voltava a acreditar. Depois do tempo técnico, Bruninho foi para o saque, mas errou.
O quinto set começou equilibrado: a diferença raramente passava de um ponto. Kaziyski se destacava, mas, do outro lado, o bloqueio brasileiro voltava a funcionar. Sidão parou Aleksiev e abriu 9 a 6. Murilo, eficiente no ataque, aumentou a vantagem, diante de um bloqueio triplo. Zhekov deu uma bola para fora de presente (11 a 6). Vissotto levou o time ao match point. Thiago Alves desperdiçou, mas o Brasil fechou em 15 a 9.
Fonte:http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2010/06/giba-estreia-e-selecao-vence-no-sufoco-segunda-contra-bulgaria.html
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